segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Posto de Abastecimento

Hoje vi passar mais uma vez a crua realidade de que sou feita para passar. Para ser passagem, de quem vê, repara, observa, tira apontamentos e vai embora. Sou posto de abastecimento de aprendizagens que nem eu própria tive e isso dói. Ser posto de abastecimento de sentimentos fúteis, desinteressados de quem está apenas de passagem dói. Dói ser apenas aquela que foi e já não é, que não tem direito a o ser no presente, num passado que é tão recente como as memórias de novos amores. Eu sou apenas passagem de quem tem coração partido e em mim vê cola e força para unir o que alguém partiu, eu sou força e cola de corações partidos que saem inteiros da minha mão para irem para os braços de outro alguém e isso dói. Porque eu sou coração partido em mil pedaços espalhados pelo chão que ninguém cola, que ninguém vê. E agora a cola secou e a minha força perdeu-se no meu último esforço. 

Voltei.

E é estranho voltar aqui, ao silêncio de quem grita. De quem escreve nas palavras sufoco da alma. Voltei para ti, para mim, para este pedaço de tempo neutro, nosso em que eu me encontro novamente sem medos, receios ou esperanças. Apenas a nu. Eu e as palavras, novamente, escritas, reescritas. De quem sabe, a dor de as escrever e de quem vê nelas um porto abrigo a recorrer.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Mais um ano

E mais um ano se vai, mais 365 dias que voaram, deixaram-se ir, assim. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A minha terra


Vou ter saudades da minha terra. Saudades da areia nos pés, o mar no coração e o sal no ar. Vou ter saudades de correr, assustar as gaivotas, de fazer anjos na praia. Vou ter saudades de acordar de noite, fechar os olhos e só ouvir o mar ao longe, calmo, forte e valente. Vou ter saudades da minha casa, do meu quarto, de como a luz bate nos meus cortinados. Vou ter saudades de caminhar, do inverno, da tempestade, do mar. Ah o mar. Que vai ser de mim sem o mar? Se me vissem a alma viam como é salgada, de nome, de essência. Como é brava, forte, tão forte. Ah o mar. Que vai e vem, que leva e traz, que brilha. Vou ter saudades, saudades da minha terra. Saudades da minha Fonte da Telha.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Desenganos

E assim voo, vou longe, parto-me, divido-me sem querer voltar. Vou sem rumo, rumo ao desespero. Á calma. Sou quem quero ser? Sou quem olho ao espelho? Reflexos vazios invadem a minha mente. Que fazer... Perco-me nestes desenganos de quem acha ser capaz de amar sem pedir em troca amor, ternura, lealdade. Engano-me a mim própria em cada desengano.

sábado, 17 de outubro de 2015

Mais uma vez..

E mais uma rasteira, mais um quase era para sempre, mais um era uma vez um príncipe, era uma vez o Tal. Mais uma queda, mais um abismo, precipício escuro, vazio, infinito. E mais uma vez caí, tropecei, perdi, chorei.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O teu abraço, o teu toque, o teu beijo. É tão teu, tudo o que quero para mim. Meu pequeno grande tesouro.