sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Magia da Noite *



A magia da noite, as mascaras, as vivencias, os sustos, o terror, a adrenalina, tudo faz parte da vida, da imaginação, as vezes imagino coisas tão estranhas, mas porque? Porque que quando somos crianças a vida é tão linda e magica? Tão bela e colorida, um conto de fadas… Acho que é ingenuidade da infância, uma criança é sincera, é pura, quando não gosta diz e quando gosta também, mas conforme vamos crescendo vamos perdendo, aquele sorriso, aquele riso alto quando diziam uma piada, aquele olhar feliz, aquele mundo perfeito torna-se mais feio, mau, torna-se um pesadelo, aqueles amigos com quem brincávamos desaparecem, aqueles castelos na areia desmoronam-se, aquelas brincadeiras a apanhada deixaram de ter piada, o macaquinho ao chinês, a macaca, aquelas bonecas loirinhas com casas, veterinários, bicicletas foram para uma caixa, aquela bicicleta em que cai tantas vezes já foi dada a outra criança, agora tenho uma mas só a uso quando não me apetece estar em casa, quando me apetece sentir o vento a bater-me na cara com força, quando me apetece pedalar ate ficar cansada porque assim esqueço-me dos problemas, das memorias do passado, dos gritos na minha cabeça, gosto de andar pela praia descalça sentir a agua fria nos pés, ouvir as ondas, a sua força, a areia a moldar-se aos meus sensíveis pés, as conchas a picarem-me com força para me acordarem, a cor azul do céu, as nuvens, o cheiro do mar, a sua cor, a sua maneira de se aproximar da areia, como se ela fosse muito forte, olho em volta, tudo parece ser tão perfeito, mas não, já não sou mais aquela criança sorridente que gostava de ver os seus caracóis balançarem ao sabor do vento, aquela criança que sorria a todas as pessoas da rua, aquela criança que achava que todos os adultos eram heróis, que todos os adolescentes eram parvos… Mas… Gostava de voltar a gostar de usar um vestido, de por uma tiara, uns sapatos brancos, de rir sem parar, poder dizer tudo o que me vem a cabeça, construir muitos castelos na areia, poder ficar horas na agua e brincar no mar como se fosse parte dele, gostava de voltar a ser aquela menina dos caracóis bonitos e do sorriso brilhante… Quem sabe aquela menina adormecida em mim volte a acordar para me dar um mundo perfeito… Um mundo de sonhos…

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu sou tudo mas nao sou nada


Eu sou aquilo que todos dizem ser... Mas no fundo não sou nada… Eu sou a areia da praia que recebe o mar nos seus braços, que o embala, que o acalma, eu sou o mar, calmo e sereno, ou bravo e forte, eu sou o vento, brisa, calma, sou tempestade, frio, gelo, sou aquele minúsculo ponto no meio de um vasto planeta, eu sou um ser que marca a diferença e ao mesmo tempo a igualdade, sim sou eu, sou a areia que piso em bicos dos pés, sou o mar que me molha, sou o vento que me toca, eu sou tudo e não sou nada, sou alguém e ninguém, eu sou aquela que um dia disse basta, quando as palavras me magoaram, eu sou o grito de desespero na minha cabeça, eu sou o vazio no meu coração, eu sou dor no meu peito, eu sou as ultimas lágrimas que por ti derramei, eu sou o sorriso que tu não apagas-te, eu sou a alma que tu não penaste, eu sou a força que tu nunca detiveste, eu sou a liberdade que tu nunca prendes-te, eu sou a pessoa que tu nunca amas-te, eu sou aquela amiga que tu tanto precisas-te, eu sou aquela que tu desprezaste, eu sou a luz ao fim do túnel, eu sou o inicio do teu problema, eu sou o silencio, eu sou o barulho, eu sou a sombra na escuridão, eu sou a claridade de um dia, eu sou o sol que nasce, eu sou a esperança, eu sou a lua que nasce a noite, eu sou a sombra de mim própria, eu sou tudo e não sou nada, sou a amizade verdadeira, eu sou o amor não correspondido, eu sou aquela que não me calo, eu sou aquela que sou eu, eu sou aquela que respeito, eu sou aquela que ama, eu sou aquela que ajuda, eu sou aquela que desiste, eu sou aquela que escondeu, eu sou aquela que temeu, eu sou aquela que vê o positivo no negativo, eu sou aquela que faz filmes, eu sou aquela que chora, eu sou aquela que ri, eu sou a Sara, eu sou tudo e não sou nada…